Bons líderes são raros - e isso é uma grande oportunidade 📬
Pesquisas mostram que a maioria dos líderes não está pronta para desafios da gestão. Entenda por que bons líderes são escassos, como encontrar seu estilo e como desenvolver habilidades essenciais.
Você tem ideia de que as empresas falham ao escolher seus líderes em 82% do tempo, e a cada dez profissionais selecionados, apenas um possui talento para liderar? Se o número surpreendeu você, saiba que a mim também. O estudo foi realizado pela Gallup, uma empresa global de pesquisas, e, segundo ela, para ter sucesso, o líder precisa:
Motivar os funcionários a agirem e se engajarem na missão e visão da empresa;
Ter a assertividade para gerar resultados e a capacidade de superar a adversidade e a resistência;
Criar uma cultura de responsabilidade clara;
Construir relacionamentos que geram confiança, diálogo aberto e total transparência;
Tomar decisões com base na produtividade, não na política.
Mas como se preparar para conseguir entregar tudo isso e se destacar? Vamos falar de todos os pontos logo abaixo, mas, antes, gostaria de lembrar que se essa escassez representa, por um lado, uma preocupação para as empresas, por outro é uma oportunidade imensa para quem está disposto a desenvolver habilidades de liderança eficazes.
Ao longo da minha carreira, convivi com profissionais que, inicialmente, desejavam liderar equipes, mas, diante dos desafios inerentes à liderança, acabavam desistindo e migrando para carreiras técnicas. Essa transição, embora válida, muitas vezes ocorre pela falta informações sobre como se preparar e suporte adequado para enfrentar as complexidades da gestão de pessoas.
O Liderama está aqui para te ajudar nisso, por isso, fiz uma lista que explica porque cada uma das habilidades listadas pelo estudo da Gallup é importante, o que acontece quando falta essa skill e o mais importante: como desenvolvê-la. Vamos juntas?
1. Motivar os funcionários a agirem e se engajarem na missão e visão da empresa
Por que isso é importante?
Uma equipe que compreende e se identifica com a missão da empresa trabalha com mais propósito e engajamento. Estudos mostram que colaboradores motivados são 17% mais produtivos e 21% mais lucrativos para as empresas (Gallup, 2022).
O que acontece quando essa habilidade falta?
❌ Funcionários desmotivados entregam o mínimo necessário, sem comprometimento.
❌ Alta rotatividade – talentos deixam a empresa por falta de conexão com o propósito.
❌ Clima organizacional ruim, com baixa colaboração e inovação.
Como desenvolver essa habilidade?
✔ Conecte o trabalho diário à visão da empresa – mostre como cada função contribui para o todo.
✔ Pratique o reconhecimento constante – celebre pequenas e grandes conquistas.
✔ Dê autonomia – colaboradores engajam mais quando sentem que têm poder de decisão.
✔ Seja exemplo do que você prega – líderes que acreditam na missão inspiram pelo exemplo.
✔ Crie rituais motivacionais – encontros para reforçar valores e conquistas do time aumentam o senso de pertencimento.
2. Ter assertividade para gerar resultados e a capacidade de superar adversidades e resistência
Por que isso é importante?
Líderes assertivos tomam decisões rápidas e eficazes, mantendo a equipe alinhada e focada. Assertividade também envolve lidar bem com desafios, sem hesitação ou agressividade.
O que acontece quando essa habilidade falta?
❌ Decisões demoradas ou inconsistentes afetam a produtividade.
❌ Equipes perdem a confiança no líder quando ele não se posiciona.
❌ Pequenos conflitos não resolvidos crescem e geram resistência interna.
Como desenvolver essa habilidade?
✔ Conheça profundamente o negócio da empresa - mergulhe no entendimento do negócio, conheça seu cliente, seus concorrentes e as dores de outras equipes da companhia
✔ Use a comunicação objetiva e clara – diga o que precisa ser feito, por quê e (a depender da senioridade do time) como.
✔ Treine a mentalidade de solução – encare problemas como oportunidades de crescimento.
✔ Não personalize desafios – adversidades fazem parte do jogo, não são ataques pessoais.
✔ Peça feedback sobre sua liderança – isso ajuda a ajustar seu nível de assertividade.
✔ Desenvolva inteligência emocional – ajuda a manter a calma ao lidar com resistências.
3. Criar uma cultura de responsabilidade clara
Por que isso é importante?
Quando as pessoas sabem exatamente o que se espera delas, há mais produtividade, menos retrabalho e menos conflitos. Uma cultura de responsabilidade garante que todos assumam a sua parte no sucesso (ou no fracasso) da equipe.
O que acontece quando essa habilidade falta?
❌ Funcionários inseguros sobre suas funções e prioridades.
❌ Trabalho duplicado ou negligenciado.
❌ O líder passa o tempo apagando incêndios ao invés de planejar estrategicamente.
Como desenvolver essa habilidade?
✔ Defina expectativas claras – todos devem saber suas funções e objetivos.
✔ Dê autonomia, mas cobre resultados – delegação sem acompanhamento pode gerar caos.
✔ Acompanhe indicadores de desempenho – use métricas para medir progresso e alinhar expectativas.
✔ Crie um ambiente onde erros são aprendizados – responsabilidade não significa punição, mas evolução contínua.
✔ Não ignore descumprimentos – se um funcionário não entrega, resolva isso imediatamente.
4. Construir relacionamentos que geram confiança, diálogo aberto e transparência
Por que isso é importante?
A confiança entre líder e equipe cria um ambiente mais seguro para inovação, feedbacks honestos e colaboração. Times com alta confiança são 50% mais produtivos (Harvard Business Review).
O que acontece quando essa habilidade falta?
❌ Equipes hesitam em trazer problemas ou ideias.
❌ Ruídos na comunicação geram retrabalho e conflitos.
❌ Clima de trabalho tóxico, com fofocas e baixa motivação.
Como desenvolver essa habilidade?
✔ Pratique a escuta ativa – dê atenção real ao que seus colaboradores dizem.
✔ Seja transparente – explique decisões, mesmo as difíceis.
✔ Adote um modelo de feedback constante – feedbacks não devem ser apenas em avaliações formais.
✔ Demonstre vulnerabilidade – admitir erros constrói confiança e aproxima a equipe.
✔ Invista em encontros 1:1 regulares – isso fortalece o relacionamento e evita ruídos na comunicação.
5. Tomar decisões com base na produtividade, não em favoritismo
Por que isso é importante?
Líderes eficazes baseiam suas decisões em dados, desempenho e impacto, e não em favoritismos ou pressões políticas. Isso garante um ambiente mais justo e produtivo, onde talentos são reconhecidos pelo que realmente entregam.
O que acontece quando essa habilidade falta?
❌ Funcionários percebem favoritismos e perdem a motivação.
❌ Decisões ineficazes impactam negativamente a produtividade e os resultados.
❌ Ambientes políticos afastam talentos estratégicos e prejudicam a cultura organizacional.
Como desenvolver essa habilidade?
✔ Baseie suas decisões em métricas e desempenho – use dados concretos, não impressões subjetivas.
✔ Estabeleça critérios claros para promoções e reconhecimentos – todos devem saber o que é valorizado.
✔ Evite envolvimento excessivo em jogos de poder – mantenha a isenção e o foco nos resultados.
✔ Tenha um grupo confiável de conselheiros internos – pessoas que te desafiem a pensar criticamente.
✔ Pratique a imparcialidade – seja justo e equilibre racionalidade com empatia.
Você sabe qual é o seu estilo de liderança?
Você já parou para pensar em como escolhe suas roupas? Algumas pessoas seguem tendências, outras optam pelo conforto ou pela formalidade, e há aquelas que buscam transmitir uma imagem de autoridade, criatividade ou acessibilidade. Saber o que queremos comunicar com nosso estilo nos ajuda a evitar indecisões na hora de comprar e a garantir que estamos alinhadas com a mensagem que desejamos passar ao mundo.
O mesmo acontece com a liderança. Quando você conhece seu estilo de liderança, toma decisões com mais segurança, minimiza erros previsíveis e consegue alinhar sua atuação com a forma como deseja ser percebida. Sem essa clareza, pode acabar oscilando entre abordagens contraditórias, confundindo sua equipe e, muitas vezes, se sabotando sem perceber.
Abaixo, você encontra um resumo dos estilos mais reconhecidos por estudiosos importantes, suas características e como cada um desses estilos funciona no cenário atual:
1 - Liderança Autocrática, Democrática e Liberal
📖 Baseado nos estudos de Kurt Lewin (1939)
Os estilos Autocrático, Democrático e Liberal são modelos clássicos que ainda influenciam a forma como entendemos a liderança hoje. Mas como eles se aplicam ao mercado atual?
✔ Como cada um funciona no cenário atual:
✔ Liderança Autocrática: (menos eficaz atualmente, exceto em contextos específicos)
Funcionava bem em modelos hierárquicos rígidos, mas hoje, com o crescimento do trabalho remoto e da Geração Z no mercado, esse estilo é cada vez menos aceito.
Ainda é necessário em situações de crise e tomadas de decisão urgentes (exemplo: grandes crises organizacionais).
A Geração Z valoriza líderes acessíveis e inclusivos, e esse modelo pode ser interpretado como autoritário e desmotivador.
✔ Liderança Democrática: (extremamente relevante no contexto híbrido e para Geração Z)
Como os profissionais mais jovens esperam participação ativa e transparência, esse modelo é o mais eficaz para engajar equipes distribuídas e remotas.
Líderes democráticos promovem brainstorms, pesquisas e feedbacks constantes, algo essencial para a retenção de talentos em um mundo onde a rotatividade aumentou e as pessoas buscam por gestores que se preocupam genuinamente em ouvir os liderados.
Esse modelo também ajuda a combater o isolamento e a desconexão emocional no trabalho remoto.
✔ Liderança Liberal (Laissez-Faire, expressão francesa que quer dizer "deixar fazer”): (Bom para startups e times experientes, mas arriscado sem acompanhamento)
Funciona bem em ambientes com profissionais altamente capacitados e autônomos, como startups e equipes de tecnologia.
No trabalho remoto, pode ser um problema se não houver clareza de objetivos e alinhamento constante, pois muitos funcionários se sentirão sem direção.
O erro mais comum: Líderes liberais que não oferecem acompanhamento suficiente e podem acabar criando um ambiente caótico e de baixa produtividade.
2 - Liderança Transformacional e Transacional
📖 Baseado nos estudos de James MacGregor Burns (1978) e Bernard Bass (1985)
Esses dois estilos são amplamente utilizados no mundo corporativo e são cruciais para empresas que estão em constante mudança e inovação.
✔ Como cada um funciona no cenário atual:
✔ Liderança Transformacional: (o modelo mais valorizado atualmente, mas exige equilíbrio)
Perfeito para empresas inovadoras, startups e organizações que precisam se reinventar.
Líderes transformacionais são inspiradores e ajudam a equipe a se conectar com um propósito maior – algo essencial para reter talentos da Geração Z.
Risco atual: Esse estilo pode gerar burnout tanto no líder quanto na equipe, se houver expectativas irreais de inovação e mudança constante.
Solução: Combinar o entusiasmo transformacional com estratégias de gestão de carga de trabalho e bem-estar.
✔ Liderança Transacional: (ainda necessária, mas sozinha pode limitar inovação)
Muito útil para funções operacionais e setores onde processos são bem estruturados, como manufatura e serviços financeiros.
Porém, se for o único modelo aplicado, pode limitar criatividade e flexibilidade – duas características essenciais no cenário híbrido e digital.
Uma boa abordagem hoje é combinar práticas transacionais para eficiência com práticas transformacionais para inovação.
3 - Outros Modelos e sua Relevância Atual
✔ Teoria do Grid Gerencial (Blake & Mouton, 1964) – Equilibrando produtividade e pessoas
📖 Esse modelo sugere que líderes eficazes precisam balancear a preocupação com resultados e com as pessoas.
✔ No cenário atual: Empresas que focam só em produtividade acabam elevando os níveis de estresse e burnout. O melhor líder hoje é aquele que consegue equilibrar bem-estar e performance.
✔ Teoria Caminho-Meta (House, 1971) – Liderança Adaptável
📖 Defende que líderes devem adaptar seu estilo às características da equipe e ao ambiente.
✔ No cenário atual: Essa flexibilidade é essencial para gerenciar times híbridos e remotos, onde cada funcionário pode precisar de um tipo diferente de suporte.
✔ Modelo de Contingência (Fiedler, 1967) – O líder certo para o momento certo
📖 Diz que não existe um estilo de liderança perfeito, mas sim o que melhor se adapta a cada situação.
✔ No cenário atual: Líderes precisam aprender a mudar seu estilo dependendo do desafio – seja uma crise, uma inovação ou a necessidade de estabilidade.
Qual estilo de liderança é o mais eficaz hoje?
✔ Liderança Democrática e Transformacional são os modelos mais valorizados no contexto híbrido e para a Geração Z.
✔ A flexibilidade da Liderança Caminho-Meta e do Modelo de Contingência se encaixa muito bem na necessidade de adaptação contínua.
✔ Liderança Liberal pode funcionar em times muito experientes, mas exige acompanhamento constante.
✔ Modelos Autoritários e Transacionais podem ser eficazes, mas são mais limitados e precisam ser usados estrategicamente.
❗️Atenção: Não há um único modelo ideal. O melhor líder sabe equilibrar diferentes estilos conforme a necessidade da equipe e do contexto organizacional.
A importância da intencionalidade
No Liderama, falamos muito sobre intencionalidade – e isso não é por acaso. Liderar sem intenção é como tentar viajar sem destino: você pode até chegar a algum lugar, mas dificilmente será onde gostaria. Ter consciência do seu estilo de liderança permite que você:
✔ Atue com coerência e consistência, conquistando credibilidade.
✔ Evite cair em armadilhas – por exemplo, se sua tendência é ser uma líder muito permissiva, saber disso te ajuda a criar mecanismos para equilibrar autonomia e cobrança.
✔ Acelere sua evolução – ao invés de aprender só com tentativas e erros, você direciona seus esforços para o que realmente precisa desenvolver.
✔ Se torne uma referência na sua organização, pois as pessoas sabem o que esperar de você.
📌 Autoconhecimento: a chave para liderar com confiança
Liderar não é só sobre gerenciar tarefas e metas, mas também sobre gerenciar pessoas – e, acima de tudo, gerenciar a si mesma. Quanto mais você entende sobre seu próprio funcionamento, mais consegue:
🔹 Criar relacionamentos de confiança e transparência com sua equipe.
🔹 Ter controle emocional para lidar com pressões e desafios.
🔹 Adaptar seu estilo conforme a necessidade do time e da empresa.
🔹 Saber quando insistir e quando se reinventar, para crescer sem perder sua essência.
Agora que você já sabe por que conhecer seu estilo é essencial e os tantos estilos possíveis, aqui estão algumas ferramentas práticas para te ajudar nesse processo:
📌 Autoavaliação – Reflita sobre suas experiências anteriores, identificando situações em que se sentiu mais confortável e eficaz liderando. Quando você se destacou? Em quais momentos sentiu que sua abordagem não funcionou?
📌 Feedback 360 graus – Solicite feedback de colegas, subordinados e superiores para obter uma visão abrangente de seu estilo de liderança. Às vezes, a forma como nos enxergamos é diferente da percepção dos outros.
📌 Testes de Perfil de Liderança – Existem diversas ferramentas online que auxiliam na identificação do seu estilo predominante. Algumas gratuitas incluem o DISC, MBTI e a Avaliação de Estilos de Liderança de Daniel Goleman.
Liderar com intencionalidade e autoconhecimento não só faz de você uma líder mais forte, mas também te ajuda a construir uma trajetória mais consistente e satisfatória.
Para refletir
Liderar não é sobre o cargo que você ocupa, mas sobre o impacto que você gera. Desenvolver essas habilidades exige esforço e prática, mas os resultados são transformadores.
Comece com um compromisso consigo mesma: escolha duas dessas habilidades para trabalhar nas próximas semanas. Pequenos ajustes na forma como você comunica, toma decisões e motiva sua equipe já farão uma grande diferença.
Se você quer liderar com mais confiança e estratégia, o Liderama está aqui para te ajudar!
Com amor,
Andresa 🍀